Se eu não me sentisse tão só. Se tivesse vizinhos que
viessem me falar um oi, pedir uma colherzinha de açúcar. Se eu tivesse uma
colega de apartamento que não fosse colega e sim amiga. Se eu estivesse sempre
grudada naquela turma de solteiras baladeiras que não perdem uma festa. Se...
se... se... As possibilidades se o mundo a minha volta fosse diferente. Mas a
verdade é que não posso mais ceder aos velhos impulsos de culpar o acaso por
esse vazio imenso, também tenho minha parcela de responsabilidade. Quis ficar
aqui este final de semana, longe de casa (“há mais de uma semana”, diga-se de
passagem). É aqui que escolhi estar aqui justamente para não ficar milhas e
milhas distantes do meu amor, mas isso é só geografia. Emocionalmente falando, você
é quase um enigma completo para mim e até meu sentimento por você é cheio de
dúvidas. Aí me lembro do seu sorriso, da sua inteligência, do toque quente da
sua mão, até que delicada para quem já fez tantos serviços pesados... Lembro-me
da sua barba, macia, e de um cheiro único que ainda não descobri. Acho que não te
amo, isso é só platonismo agudo que não me abandona, mas te quero muito. O resto
a gente vê depois. É esse o combinado, não é?
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