sexta-feira, 20 de março de 2015

Aqui



Se eu não me sentisse tão só. Se tivesse vizinhos que viessem me falar um oi, pedir uma colherzinha de açúcar. Se eu tivesse uma colega de apartamento que não fosse colega e sim amiga. Se eu estivesse sempre grudada naquela turma de solteiras baladeiras que não perdem uma festa. Se... se... se... As possibilidades se o mundo a minha volta fosse diferente. Mas a verdade é que não posso mais ceder aos velhos impulsos de culpar o acaso por esse vazio imenso, também tenho minha parcela de responsabilidade. Quis ficar aqui este final de semana, longe de casa (“há mais de uma semana”, diga-se de passagem). É aqui que escolhi estar aqui justamente para não ficar milhas e milhas distantes do meu amor, mas isso é só geografia. Emocionalmente falando, você é quase um enigma completo para mim e até meu sentimento por você é cheio de dúvidas. Aí me lembro do seu sorriso, da sua inteligência, do toque quente da sua mão, até que delicada para quem já fez tantos serviços pesados... Lembro-me da sua barba, macia, e de um cheiro único que ainda não descobri. Acho que não te amo, isso é só platonismo agudo que não me abandona, mas te quero muito. O resto a gente vê depois. É esse o combinado, não é?